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terça-feira, 2 de abril de 2013

Emerson Leão: "No Brasil não há paciência para jogadores como o Lima"


O entrevistado virou entrevistador. "Em que posição está a jogar? Quantos golos é que Lima já marcou mesmo pelo Benfica?" Depois da resposta, faz uma pausa. E ri-se. Afinal, Emerson Leão teve um diamante na mão e não o aproveitou - treinou-o no Santos, em 2008, colocou-o em campo por 21 vezes (12 como suplente utilizado) e o avançado não marcou um único golo.

"No Brasil não há paciência para jogadores como Lima", diz, explicando: "Com a bola nos pés não é um jogador de grandes decisões, mas é um goleador. Jogadores como ele devem ser analisados não pela técnica, mas pelo custo/benefício, pelos golos que marcam. O Benfica está claramente a ganhar. Mas acho que seja difícil ele ir à seleção pelas características que já referenciei."

Também o experiente técnico de 63 anos não teve essa paciência. Só não assume o mea culpa porque o contexto também serve de desculpa: "O clube estava em reestruturação, o ambiente não era o mais indicado, nada tinha a ver com a outra passagem que tive pelo Santos." É verdade. Nessa temporada a equipa era fraca (paradoxo: apenas Lima viria a fazer boa carreira nos anos seguintes), nada a ver com o Santos campeão com Leão em 2002, com Robinho, Diego, Renato, Elano, Ricardo Oliveira, Bruno Moraes ou Paulo Almeida, que mais tarde viria a jogar no Benfica, mas revelando-se um puro flop.

Leão é tão polémico quanto frontal. Não arrecada qualquer mérito na formação de Lima (foi jogador dele com 24 anos) e só tem elogios posteriores a fazer-lhe: "Tenho de lhe dar os parabéns porque descobriu o mundo sozinho. O mérito é todo dele."
Fonte: abola.pt

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