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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

´Tiki-taka` à moda da Luz


O cronómetro do jogo entre Benfica e Paços de Ferreira registava seis minutos e 54 segundos quando a bola saiu das mãos de Luisinho, num lançamento lateral do lado esquerdo do ataque encarnado, sensivelmente entre a linha de meio-campo e a grande área dos castores.

E 31 segundos depois a bola estava no fundo da baliza dos visitantes, rematada por Enzo Pérez. Uma jogada desenhada a régua e esquadro, com constantes movimentações dos jogadores, trocas de passes e mudanças de flanco, bem ao estilo do famoso tiki-taka que caracteriza o futebol do Barcelona e também da seleção espanhola.

A jogada, verdadeiro hino ao futebol, pela simplicidade mas ao mesmo tempo tremenda sintonia coletiva com que tudo é feito, envolveu por completo a defesa pacense.

Desde o momento em que Luisinho executou o lançamento lateral, a bola passou por um total de oito jogadores, sendo que três deles intervieram duas vezes: Luisinho, Ola John e Salvio.

Boa parte do mérito da jogada deve mesmo atribuir-se ao extremo argentino, pois é ele quem faz importante aceleração da direita para o centro, entregando a bola a Luisinho e avançando para a zona frontal da área, fora da sua posição habitual, onde, mais à frente, recebeu o passe de Lima e assistiu muito bem Enzo Pérez.

Só Artur, Garay e Cardozo não tiveram intervenção direta em todo o desenho.

Analisando o lance do princípio ao fim, e contando obviamente com o lançamento lateral e o remate que bateu o guarda-redes Cássio, contam-se dez passes e 33 toques, sendo que a maioria dos jogadores respeitou um dos princípios básicos do tiki-taka, segundo o qual cada jogador deve dar o mínimo de toques possível na bola, de preferência não passando dos dois (receber e passar), pois quanto mais rápida for a circulação mais difícil se torna a tarefa de quem defende.

Foi isso que fizeram Ola John, na primeira das duas intervenções que teve, Matic, Luisão, Luisinho (na segunda intervenção), Lima e Enzo Pérez.

Quem mais vezes tocou no esférico foi Salvio, oito vezes, durante o transporte que faz na mudança de flanco. Na segunda vez em que participou no lance foi mais comedido, três toques.

Também Maxi (5) e Ola John (4, na segunda intervenção) foram além dos dois toques, ainda que executando sempre com rapidez.

O terceiro golo do Benfica foi mais do mesmo: 26 segundos, seis jogadores, 11 passes e 20 toques até Lima finalizar (note-se que o árbitro acabaria por validar apenas a recarga de Salvio).

A bola passa três vezes por Matic, duas por Maxi, Luisão, Carlos Martins e Aimar, uma por Lima, no momento da finalização.
Fonte: abola.pt

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